O Governo de Sergipe precisa direcionar o barco da Segurança Pública para águas navegáveis e com direção acertada, ou permanecerá à deriva em mar aberto como estamos observando. Não foi por acaso que policiais civis, policiais militares e bombeiros militares se uniram no Movimento Polícia Unida. São nove entidades sindicais que há mais de um ano clamam por valorização profissional, priorizando neste momento a luta pelo adicional de periculosidade, reposições inflacionárias e dignidade sanitária nas unidades onde os profissionais de segurança e salvamento trabalham.
Em Assembleia Geral do Movimento Polícia Unida, os policiais e bombeiros de Sergipe decidiram pela Operação Polícia Legal, Operação Tolerância Zero e pela realização de Escrachos ao governador Belivaldo Chagas. Mesmo diante desse cenário de crise na Segurança Pública, o governador prefere confrontar, desferir respostas duras e ignorar os anseios dos homens e mulheres que arriscam suas vidas todos os dias em defesa da sociedade. O negacionismo dele diante da situação impressiona até as autoridades e amigos mais próximos que circulam pelos ambientes do Palácio dos Despachos. Os ventos mudaram e o barco precisa ser redirecionado, mas ele não percebeu.
Precisamos unir forças e enfrentar a seguinte realidade: Sergipe é o 3º estado do Brasil com maior taxa de morte violenta intencional a cada 100 mil habitantes, conforme dados divulgados no último mês de julho pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Não é confortável se destacar nesse ranking, mesmo para um gestor que exala insensibilidade. Estamos diante de uma guerra urbana, que vai muito além de furtos e roubos.
No cenário que estamos já não cabem mais aventuras nem devaneios. O Governo ainda tem a oportunidade de redirecionar suas ações e o povo sergipano aguarda por isso. Gestores passam, mas a Polícia permanece. Governo vai embora, mas deixa os registros da violência na rotina do cidadão de bem. A clássica frase do filme Alice no País das Maravilhas cai bem para o momento: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Sergipe acendeu o alerta amarelo, então é preciso que o condutor maior deste barco encontre um vento oportuno ou naufragaremos todos juntos. Navegar é preciso e ter sabedoria para mudar a rota também.
Artigo de autoria de Adriano Bandeira, presidente do SINPOL/SE
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