Fonte: AjuNews
A publicação no Diário Oficial de Sergipe, nesta quarta-feira (22), da transferência para a reserva remunerada de coronéis da Polícia Militar de Sergipe (PM-SE) com menos de 50 anos causou estranhamento e revela ainda mais a influência política no alto escalão da corporação sob comando de Marcony Sobral. Um dos que saíram da ativa pela canetada do governador Belivaldo Chagas (PSD) foi o Coronel Adriano Reis, de 49 anos.
Para ele, fica claro que a PM-SE tem dono e que o comandante da tropa Cel Marconi “governa enclausurado em seu gabinete e decide com um pequeno grupo todo o destino da corporação”. Diante de necessidades mais evidentes que beneficiam toda a tropa, como as reestruturações dos quartéis, pauta antiga da PM, o Comandante-Geral parece se preocupar com a retirada disfarçada de quem o critica.
“O governador é conivente com todos os atos e absurdos praticados pelo próprio comandante. Quando ele aquiesce todas suas decisões. Enquanto os quartéis encontram-se destruídos, encontram-se em péssimas condições de conservação, o comandante se preocupa em transferir soldado. Hoje, na corporação não tem um oficial efetivamente que consiga transferir um soldado de uma unidade pra outra sem que o Comandante-Geral, o Marcony, permita, sem que ele dê seu aval. Hoje, na Polícia Militar não se tem autonomia para de fato gerir sua unidade da melhor forma possível porque tudo hoje é vinculado a autorização de seu Comandante-Geral”, desabafou Reis.
Vale lembrar que Reis é presidente da Associação dos Oficiais Militares de Sergipe (Assomise) e um dos representantes do Movimento Polícia que cobra o pagamento do adicional de periculosidade para as categorias militares. “Infelizmente me sentia, mesmo estando no último posto, não me sentia com autonomia, nem o que solicitava para as minhas unidades nenhum pedido meu era aceito. Nada que solicitasse era aprovado. Nunca me curvei, nem precisou ser promovido por intermédio do comando geral ou por conchavos políticos, e sim teve sua promoção de forma honrada”, disse.
Ainda em seu desabafo, o Cel “agradece” ao Comando-Geral e ao governador por não mais integrar, na ativa, “essa corporação que hoje se verifica que tem dono”.
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