Informações do Post - - Enium Criação de Sites - - 21 de novembro de 2014 | - 9:31 - - Home » - - Sem Comentários

Desconfortos na gravidez: por que acontecem e como minimizá-los?

Desconfortos na gravidez

Apesar de ser um momento mágico e esperado por muitas mulheres, a gravidez também traz desconfortos. Em maior ou menor grau, praticamente todas as gestantes têm queixas aos incômodos inerentes ao crescimento da barriga e à alteração de hormônios.

Entre os problemas constantemente relatados estão: enjoo, dor nas costas, manchas na pele e inchaço.
Um time de especialistas irá explicar por que cada uma dessas alterações acontece e o que pode ser feito para minimizá-las. Confira!

  • Dor nas costas
  • Enjoo e azia
  • Inchaço
  • Manchas na pele

 

Dores nas costas

Desconfortos posturais

Durante a gravidez, a mudança postural não favorece a correta posição da coluna vertebral, provocando dores e desconforto. A tendência de inclinar a barriga para frente é natural, e se agrava à medida que ela fica maior. “A barriga cresce para acomodar o bebê e, com isso, a coluna da grávida sofre uma curvatura acentuada. Isso faz com que a musculatura encurte e tensione, ocasionando dores na região lombar”, esclarece Dani Rico, profissional especializada em Atividade Física na Gestação e no Pós-parto.

Segundo a educadora física, uma combinação de exercícios, com massagem e acupuntura ajuda a amenizar os desconfortos com o peso da barriga. “A atividade física ajudará no alongamento e fortalecimento desta musculatura e a massagem no relaxamento do músculo que está tenso”. A realização de exercícios, porém, só deve ser iniciada quando autorizada pelo obstetra. Se a grávida mantinha uma rotina de exercícios antes da gestação, e o ultrassom não apontar nenhuma alteração, já pode praticar atividades físicas no primeiro trimestre. Se antes da gravidez ela era sedentária, tem que esperar os três primeiros meses antes de se inscrever em alguma modalidade.

Dicas e cuidados

“Exercícios abdominais e paravertebrais proporcionam uma cinta natural para sustentar o peso do bebê, do líquido aumentado e dos órgãos durante os nove meses de gestação”, garante Rico. Ainda de acordo com a especialista, a postura diária e o cuidado na execução dos movimentos de levantar, sentar e deitar previnem os desconfortos posturais da gravidez.

Sobre as atividades físicas mais indicadas durante a gravidez, Dani lista: alongamento, localizada adaptada, hidroginástica, musculação orientada e atividade cardiorrespiratória (caminhada, natação ou ergometria). “De 30 a 45 minutos, dependendo da condição física antes da gravidez. E caso sinta dor, tontura, cólicas, contração, dor de cabeça ou sangramento, parar imediatamente o exercício”, alerta.

Em contrapartida aos exercícios recomendados, existem aqueles que devem ser evitados pelas gestantes: atividades que ofereçam risco de queda ou que tenham impacto. Além disso, Dani Rico não recomenda exercícios que aumentem muito a frequência cardíaca. Os riscos, ela enumera:

  • parto prematuro;
  • hipoxia fetal (diminuição de O2 para o bebê);
  • bebê de baixo peso;
  • sobrecarga no assoalho pélvico (ocasionando dores pélvicas, lombares, prolapso de bexiga e incontinência urinária);
  • aumento de diástase (separação do reto abdominal);
  • hipoglicemia materna;
  • lesão articular na mãe;
  • aumento de dores e desconfortos muscular.

Enjoo e azia

Náusea e Hiperêmese Gravídica

As alterações hormonais na gravidez são responsáveis por uma série de acontecimentos no corpo e humor da mulher. Mudanças que vão desde a diminuição na atividade motora fina, até a constipação intestinal, se devem ao aumento de certos hormônios. A gonadotrofina coriônica humana (HCG), por exemplo, encontrada com mais abundância no primeiro trimestre de gestação, estimula os ovários a produzirem mais estrogênio e isso predispõe a uma das reações mais comuns na gravidez, a ocorrência das náuseas.

Além dos níveis aumentados do HCG, mulheres com deficiência de vitaminas do complexo B6, ou aquelas que fazem jejum prolongado, podem sofrer de enjoo. De acordo com a nutricionista Lara Garcia, alguns cuidados na rotina e na alimentação podem diminuir o desconforto gástrico. “Escolher alimentos com baixo teor de condimentos industrializados e baixo teor de gorduras reduz a azia por induzir uma menor secreção do ácido clorídrico no estômago. Outra solução é a suplementação de vitamina B6 com o extrato de gengirol, que é eficiente para a maioria das gestantes”.

A profissional orienta, ainda, o fracionamento da dieta em refeições menores e a retirada dos líquidos nas refeições. “Favorecem a digestão e podem minimizar o desconforto gástrico”, pontua. Sobre a náusea matinal, Lara esclarece que este é um dos sintomas da hipoglicemia (redução dos níveis de açúcar sanguíneo) que reflete o jejum prolongado do período noturno. “Para essas mulheres, a ingestão de carboidratos de alta absorção como biscoitos de água e sal, torradas ou corn flackes, logo ao acordar, pode ser útil”.

Hiperêmese Gravídica

Quando as náuseas e vômitos são muito frequentes na gravidez, considera-se que a mulher tem hiperêmese gravídica. “O termo é empregado quando a gestante vomita, em geral, acima de cinco vezes por dia”, aponta o médico e professor de obstetrícia da PUCRS, João Steibel.

A doença, segundo Steibel, tem um caráter psicossomático, portanto não tem como prevenir ou evitar. Algumas medicações atenuam os sintomas, desde medicações simples até uso de entorpecentes, que devem ser usados com muito cuidado pois podem causar algum dano fetal.

“Como costuma ser no início da gestação não há maiores problemas para o feto. Apesar de rara, pode haver desnutrição por falta de alimentos, o que acarreta em internação hospitalar e alimentação por soro e outros componentes”, acrescenta o médico.

Normalmente, a hiperêmese não persiste além da 20ª semana.

Inchaço

Pés e mãos inchados

A partir da segunda metade da gestação, após o 4º ou 5º mês, um dos incômodos mais comuns para a grávida é o inchaço. Segundo o ginecologista Alysson Zanatta, quase todas as gestantes apresentam algum grau de edema. Mas é preciso estar alerta aos sinais que possam significar doença. “Entre os principais sinais, estão o inchaço excessivo no rosto, o ganho de peso rápido (mais de 2 kg em uma semana), a falta de ar progressiva ou ao se deitar, e a tosse noturna”, enumera o médico.

O desconforto é causado por uma associação de motivos. Em primeiro lugar, o útero grávido comprime a veia cava inferior, responsável pela drenagem de todo o sangue dos membros inferiores. “Isto causa um aumento da pressão do sangue dentro das veias, e o extravasamento de sua porção líquida, o plasma, para os tecidos moles do corpo, causando o inchaço”, esclarece Alysson. O médico explica, ainda, que na gravidez há uma diminuição da reabsorção da linfa, o que também contribui para o inchaço em pernas e em outras partes do corpo, como as mãos.

Para reduzir o incômodo, boas alternativas são as drenagens linfáticas nos braços e pernas, alimentação saudável (evitando sal) e uso de meias elásticas de média compressão. Evitar salto alto, sapatos apertados e o uso de anéis e alianças quando o inchaço começar também são cuidados importantes. Além disso, Zanatta recomenda períodos de repouso em meio à rotina diária, e elevar as pernas sempre que sentir necessidade.

Manchas na pele

Outro desconforto percebido pelas gestantes, que está relacionado às alterações hormonais, é o surgimento de espinhas e manchas na pele. A dermatologista Danglades Eid alerta, porém, que no caso de melasma ou cloasma gravídico, há também influência de fatores genéticos e da exposição solar como causas.

De acordo com a médica, algumas manchas podem sumir naturalmente, mas se o diagnóstico for melasma, é mais provável que permaneçam mesmo após o nascimento do bebê. “O tratamento é baseado no uso de protetores solares adequados e na utilização de cremes clareadores. Outras opções de tratamento são peelings e o laser Spectra”, esclarece.

Como há uma limitação das opções terapêuticas durante a gravidez e amamentação, Danglades recomenda que um dermatologista seja sempre consultado para avaliar o que pode ser prescrito. “Alguns tratamentos são contraindicados, mas existem medicamentos que podem ser usados com segurança”, defende.

Como cuidados com a pele durante a gravidez, a médica enfatiza o uso de protetor solar, a limpeza adequada do rosto e a hidratação corporal mais intensa. “Além disso, ter uma alimentação balanceada e ingerir bastante água influenciam diretamente na saúde do organismo de maneira geral, incluindo a pele.”

Outro problema estético que pode incomodar a gestante, é o surgimento de estrias. Nesse caso, não são as alterações hormonais as responsáveis pelo problema, e sim as novas dimensões que o corpo ganha com o crescimento da barriga. “Para prevenir estrias, o principal cuidado é com o ganho de peso nesse período. Mas a hidratação da pele com óleos e cremes hidratantes pode auxiliar nessa prevenção”, finaliza Danglades.

 

Fonte: Agência Brasil

 

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