Deixa-me consternado abrir o computador e ler a matéria publicada em vosso site “Repórter Alagoas”. Entristece-me, sobretudo, por ver jornalista de tamanha experiência deixando-se levar pelo rancor e a amargura, transportando-a para a ponta de sua caneta, ao tentar de forma vã jogar a sociedade alagoana contra a instituição secular que tem por missão justamente protegê-la.
Ao se dirigir a mim, senhor jornalista, o senhor está atingindo a cada policial militar que permanece dia após dia numa sagrada missão de devolver a paz ao nosso povo.
Apoiar um policial militar que decidiu voltar para o seio de sua família, ao invés de uma caixa de madeira, parece-me muito natural. Não existiu, tampouco deverá jamais existir, pena de morte. Assim como, o policial militar jamais deverá pagar qualquer pena de vida em detrimento de ações criminosas que tem feito com que muitos de nós, e quando me refiro a nós, digo todo cidadão alagoano, inclusive o senhor e eu, não voltemos para nossas famílias.
Creio que o senhor jornalista não se lembra da morte recente de um policial militar num ônibus de transporte alternativo, enquanto tentava voltar para sua família após mais um dia de missão cumprida, pena que este foi seu último dia. Os três menores infratores foram presos e levados à disposição da Justiça.
Ora, onde estava sua pena de morte neste caso?
Obviamente, na ocorrência de ontem não resta dúvida que a notícia que o senhor preferiria dar seria da morte de mais um policial em ônibus coletivo, essa aos seus olhos, parece-me, “rende” muito mais.
Pergunto também onde estava o senhor quando mais de 200 policiais militares das mais diversas atividades, sejam elas operacionais ou administrativas, foram condecoradas por seus esforços nos últimos dois anos. Houve alguma matéria sobre isso? Um comentário de vossa parte?
No último dia 04, quando o subtenente Ramos, um dos maestros da nossa banda de música, foi condecorado com a mais alta honraria do nosso Estado, a medalha do mérito “Zumbi dos Palmares”, assim como muitos outros policiais militares, não notei vossa presença no Teatro Deodoro, tampouco li qualquer notícia escrita pelo senhor em qualquer meio de comunicação.
Outro fato lamentável, que talvez demonstre sua real intenção consiste na defesa de nossa Constituição, muito embora o senhor mesmo em seu próprio artigo, momentos antes, havia rasgado a mesma ao pré-julgar e condenar policiais militares que o senhor mesmo afirma terem: torturado, matado e ocultado o corpo de Davi Silva.
Pois bem senhor jornalista, a nossa Constituição Federal, assegura a todos o direito da defesa e do contraditório, a um justo processo legal, e que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Ao asseverar que militares cometeram tal crime, o senhor atropelou o Poder Judiciário, bem como desrespeitou cada policial militar dessa corporação e, indo além, insultou muitos que em 183 anos de história doaram suas vidas para proteger a sua e de sua família.
Valorizamos, e muito, nossos policiais abnegados do Proerd, que lutam diariamente contra as drogas e a violência nas escolas, evitando que muitos jovens pereçam por conta deste mal que assola nossa sociedade e nossas famílias. Talvez muitas das quase 40 mil crianças formadas nos últimos anos tenham sido salvas por conta deste trabalho, no entanto, infelizmente, muitas perderam suas vidas, muito por conta da ausência e leniência de seus próprios pais.
Ainda sim, nunca pude perceber sua presença em qualquer formatura do Proerd, seja na capital o no interior do nosso Estado.
Por fim, continuarei apoiando decisões corajosas por partes dos policiais, dos quais tenho a honra de comandar, custe o que custar. Nossa tropa jamais será abandonada por seu comandante. A sociedade precisa de nós, e nós temos orgulho de ser seu patrimônio.
Espero que o senhor nunca precise, mas caso um dia venha a precisar, estaremos a sua disposição para ajudá-lo da melhor maneira possível através do número 190, assim como estamos à disposição dos nossos quase três milhões de alagoanos que atendemos diariamente nos 102 municípios alagoanos.
“Para que o mal possa triunfar, basta que os homens de bem nada façam!”
Paulo Domingos de Araújo Lima Júnior Comandante-geral da PMAL
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