Informações do Post - - Assomise - - 5 de fevereiro de 2017 | - 7:14 - - Home » - - Sem Comentários

Protesto de familiares impedem saída de PMs dos batalhões no ES

Familiares de policiais militares, sendo grande parte mulheres, protestam desde as 6h deste sábado (4) na frente dos batalhões da Polícia Militar na Grande Vitória e em cidades interior do Espírito Santo. Revindicando reajuste salarial e pagamento de benefícios, eles bloqueiam a saída de viaturas e policiais. O policiamento nas ruas está sendo prejudicado, segundo a Secretaria de Estado da Segurança.
Os protestos começaram na manhã desta sexta-feira, quando um grupo de esposas, namoradas e filhas de policiais militares iniciaram um ato em frente ao Destacamento da Polícia Militar (DPM) do bairro Feu Rosa, na Serra.
O secretário de Estado da Segurança Pública, André Garcia, disse que o governo tem mantido um canal de diálogo aberto com as entidades que representam os policiais militares e com as manifestantes.
Garcia reconheceu que os protestos estão causando prejuízo ao policiamento, mas disse que há esforços para que a situação seja resolvida.
“Estamos fazendo de tudo para regularizar esse atendimento. Conseguimos lançar algumas viaturas na Região Metropolitana. Não estamos com nenhum homicídio na região”, falou.
Protestos
Os protestos deste sábado acontecem em toda a Região Metropolitana de Vitória, Guarapari, Linhares e Aracruz, Colatina e Piúma. Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Sargento Renato, há manifestantes inclusive em frente à cavalaria, BME, batalhão de transito e Quartel General da PM.
Além do reajuste salarial, os familiares pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também são denunciados o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.
Eles protestam pelos seus familiares porque os policiais militares são proibidos pelo Código Penal Militar de protestar, fazer greve ou paralisação. A pena para o PM que tomar parte em atos desse tipo pode chegar a dois ano de prisão.
Negociação
O secretário André Garcia se reuniu com manifestantes, nesta tarde, na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
Após o encontro, as mulheres que participaram disseram que nenhuma proposta foi apresentada pelo secretário. “Tentaram empurrar a gente com a barriga. Todos os batalhões vão continuar fechados”, disse a enfermeira Leite Rodrigues, esposa e sogra de policiais militares.
Uma nova negociação com a Sesp foi marcada para a próxima segunda-feira (6), às 13h, no Palácio Anchieta.
Lojas fechadas
Comerciantes da Praia do Canto, em Vitória, afirmam que pelo menos uma joalheria e uma banca de revista foram assaltadas na manhã deste sábado, na região do Triângulo das Bermudas.
Com a falta de policiamento devido às manifestações, a sensação entre os comerciantes do bairro é de insegurança, segundo Gustavo Acúrcio Santos, proprietário de uma loja que fica no shopping onde a joelheria foi assaltada.
“Depois do assalto, considerando que não tem policiais nas ruas, a orientação foi de fechar as lojas até as 14 horas. O horário normal seria às 18 horas, mas não podemos nos expor até esse horário, nessas condições”, explicou.
A proprietária de um restaurante próximo, Suely Tradin, também ficou preocupada com a falta de policiais militares nas ruas e fechou o estabelecimento às 13h. “Abrimos ao meio-dia. Temos segurança particular, mas fico preocupada com a segurança dos clientes e funcionários. Então, decidi fechar”, relata.
Jogos suspensos
Sem a polícia militar para garantir a segurança nos estádios, a Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES) suspendeu temporariamente os jogos válidos da série A do Capixabão 2017 a partir deste domingo. Assim que a atuação da PM for normalizada, novas datas serão programadas e divulgadas.
Festa em Domingos Martins
A Sommerfest, que começou na quinta-feira (2) e vai até domingo (5), não vai contar com a atuação da Polícia Militar neste sábado devido ao protesto que acontece em frente ao batalhão de Domingos Martins.
Sul
No Sul do estado o protesto acontece na frente dos batalhões de Cachoeiro de Itapemirim, Iúna, Piúma, Marataízes e Alegre. As manifestantes se reuniram por volta das 18 horas de sexta-feira (3) na frente dos imóveis e não tem previsão de sair dos locais.
Em Cachoeiro de Itapemirim, cerca de 15 mulheres se reúnem na frente do 9º Batalhão, no bairro Coronel Borges. Elas estão se revezando em turnos. Para conseguir ficar no local, elas montaram um acampamento com barracas, mesas, cadeiras e outros objetos.
O namorado e o sogro da atendente comercial Jéssica Medeiros, 20 anos, são da Polícia Militar. Ela fez parte do primeiro turno de manifestantes. “A criminalidade abaixou muito e infelizmente o governo não dá valor para eles. Estamos correndo para ver se temos uma melhora. Eles não falam nada. Enquanto eles não forem ouvidos vai continuar”, disse.
 Norte e Noroeste
No Norte do Estado, as manifestações acontecem nos municípios de Linhares, São Mateus, Nova Venécia, Aracruz e Sooretama.
Em Linhares, o protesto é realizado em frente ao 12º Batalhão da PM, no bairro José Rodrigues Maciel. Cerca de 50 mulheres e parentes de militares estão no local. “Nossos familiares estão há sete anos sem aumento salarial e sem reajuste. Estamos aqui desde às 6 horas e não temos hora pra sair. Vamos nos revezar até que o governo nos dê uma resposta”, disse a irmã de um PM, que não quis se identificar.
Já na região Noroeste, os protestos acontecem em Barra de São Francisco, Colatina, Água Doce do Norte, Ecoporanga, Mantenópolis, Santa Teresa e São Gabriel da Palha.
Associação dos Oficiais Militares
A Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo informou que apoia o movimento. O Major Rogério do BME afirmou que espera que possa haver diálogo em breve entre os manifestantes, as associações e o Governo do Estado.
“Nossos policiais estão passando fome. Temos o pior salário do Brasil. Queremos sentar e traçar uma possibilidade de melhoria salarial”, disse.
Conselho de segurança
O membro do conselho de segurança da Grande Vitória, Antonio Carlos Aprigio, explicou que a reivindicação é antiga.
“O protesto acontece devido aos baixos salários recebidos pelos militares, com o pior salário do país. Eles estão há 4 anos sem reajuste, além de terem que devolver o colete ao sair do trabalho, o que põe em risco a vida do agente público”, afirmou.
Fonte:  G1 ES

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